No episódio de hoje na Sala Jipe o Ralph participa do teste de um Ineos Grenadier protótipo, a nova promessa de 4×4 raiz. O teste é um tour que a empresa está fazendo pelo UK e depois pelo mundo para mostrar as capacidades fora de estrada do veículo e feedback do público interessado. Algumas imagens deste video foram tiradas dos episódios da própria fabricante que você pode encontrar aqui.

GRENADIER? QUE CARRO É ESSE?

O Grenadier é um 4×4 novo – bem novo – aliás nem lançou ainda a gente está falando em cima de protótipos de testes.  

A história do carro e da empresa é algo bem britânico: o dono da Ineos, Sir Jim Ratcliffe estava em um pub ali em Londres, conversando com uns amigos sobre o fim da produção da Land Rover Defender, aquela das chapas de aluminio.

A Ineos é uma gigante da indústria química, produz também tecnologia para formula 1 – Equipe Mercedes e patrocina uma equipe de ponta do ciclismo de rua.

Bom o Sir Ratcliffe viu que o mercado 4×4 tinha evoluido para a tecnologia e deixado um buraco imenso para os 4×4 raiz, os carros simples e brutos. 

Assim nasceu o Grenadier. Mesmo nome do pub. E grenadier, na tradução, é o granadeiro, que na época do Imperio Britânico eram os caras mais altos, fortes, valentes e casca-grossa do exército.

O CARRO

Eu comparo a história do Grenadier com o nosso Troller, que teve inspiração forte nos Wrangler, mas adaptados para um mercado nacional, com menos tecnologia e mais brutalidade

O sucesso do Troller é algo que eu farejo aqui em volta. 

Bom o Grenadier é um carro que não tem como não comparar com a Defender. Ou com a Mercedes G-Wagon, ou as LandCruiser antigas, o Jimny novo, ou até aquela cross lander romena/brasileira.

E o carro é um misto de tudo mesmo: um compilado dos pontos fortes de todos os 4×4 atuais. E não é brincadeira isso.

DESIGN

O desenho é o clássico chassis e carroceria, suspensão simples de mola e amortecedor, eixos rigidos, bloqueaveis de fabrica, incluindo bloqueio central. Obvio que tem redução, pneus BF AT ou Mud, rodas de aço, simples. 

Motorização é BMW. B57 seis em linha diesel ou B58 6 em linha a gasolina turbinado.

A empresa quer produzir perto de 30 mil unidades anos. A ambição é focada em um publico especifico para uso utilitário, profissional, militar, ou lazer. 

E esse é o pulo do gato com o Grenadier. Eles não estão reinventando a roda. Estão criando parcerias solidas com empresas tradicionais do mercado.

A Ineos conversou com muita gente. Entusiastas, profissionais, aventureiros. E a conclusao do que todo mundo queria era isso mesmo: um veículo simples, robusto, completo e sem firulas. 

A palavra final foi: funcionalidade em primeiro lugar. Mas não pense que você vai conseguir arrumar um problema de motor no meio do Jalapão. Esse tempo de alicate, arame e uma chave 10 não existe mais.  

O que esses caras estão propondo é a versatilidade em volta de tudo. Encontrar problemas e arrumar porque tudo vai ser modularizado. Tudo ao alcance, facilmente desmontável.

CUSTOMIZAÇÃO

Um dos pontos mais importantes do carro é o poder de customização e personalização. Parte do design do carro foi justamente conversar com os muitos fornecedores de peças e acessorios para carros e perguntar: amigo, o que você precisa para que a instalação do seu acessorio no Grenadier seja facilitada?

E o carro tem ponto de fixação, reforços, buracos e frames perfeitos para tudo isso. 

Um carro que se adapta a tudo, diferentes regulamentacoes, combustiveis e paises. Não é um SUV luxuoso. Não é um carro esportívo poderoso. É um carro dimensionado para recreação e robustez, sem perder o conforto e a capacidade off road. 

INTERIOR DO CARRO

A marca registrada desse carro é isso aqui: controles e botões em todos os lugares possíveis. Parece um avião. 

No painel tem o básico para ar condicionado, aquecimento de banco, pisca alerta. Já no teto tem todo o comando 4×4: tudo com nomes e botões identificáveis, 

E esses dois painéis aqui tem uma coisa muito interessante: você pode desparafusar tudo para um reparo ou instalar novas chaves e relés. 

E o melhor de tudo: já tem chicote elétrico passando por esses dois painéis, incluindo muito cabo sobressalente para adicionar novos acessórios ou fazer uma ponte e substituir algum cabo que avariou. 

O carro não é muito espaçoso. Mas a posição do motorista é bem confortável, e não, o volante não é fora de centro igual as defender antigas. 

Tapecaria para o carro é opcional. O assoalho é todo emborrachado de fabrica (com plugs e ralos) a ideia de todo o interior é ser resistente a agua, ou seja pode respingar ou molhar (mas nao submergir… muito) que nao teremos problemas.

Mas nem tudo é brutalidade. O volante e o freio de mao sao forrados com couro de sela, polidos, brutos. A ideia é que ele vai se moldando, riscando, apanhando e mostrando sinais do tempo e a historia do carro no couro. 

Bancos Recaro ergonômicos e bem espartanos.

O câmbio é fabricado pela ZF. Automático oito marchas, com controle de descidas, seletor manual de velocidades. Fica a briga do manual com controle total por parte do usuario versus a praticidade e sincronia da troca no tempo perfeito do automático. Aqui é opinião pessoal e nao tem como discutir. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O carro impressiona ao vivo. Tamanho, robustez, praticidade. O preço estimado em £48k é menos da metade de uma Defender nova. 

A empresa espera começar a listar os compradores agora em outubro, e a fábrica – na França já está produzindo em pleno vapor. 

Não sei se tem como comparar. Para expedições longas, o carro parece ser perfeito. Para trilhas pesadas precisaria de uns ajustes pontuais. Para uso misto, perfeito. Familia, perfeito. 

E aí, o que você achou? É uma substituição valida para as velhas Defender? Ou é um carro exótico para desfilar como um G-Wagon da Mercedes? Briga com o novo Bronco, a nova Defender, os SUV consolidados do mercado?

Deixa ai nos comentários o que você acha do futuro do Grenadier!

Sala jeep, lounge jeep made in uk é só aqui Cheers mate!

Ralph

Ralph

Direto de Londres para a Sala Jipe.

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